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Nem ETs, nem escravos

Leandro Narloch

Lembra os escravos mantidos à força no Egito, que ralaram a vida toda carregando enormes blocos de pedra para as pirâmides? Pois arqueólogos americanos e egípcios descobriram que, na verdade, eles eram trabalhadores livres, bem alimentados e, em sua grande maioria, não eram estrangeiros. A nova teoria é o principal resultado de escavações em duas vilas recém-descobertas na planície de Gizé, que abrigaram cerca de 20 mil pessoas durante a quarta dinastia egípcia (há cerca 4 500 anos), época em que as grandes pirâmides foram erguidas. "Estamos confrontando uma das crenças mais comuns acerca do Egito, baseadas nos relatos de Heródoto e da Bíblia, com as novas evidências", diz Zahi Hawass, diretor do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
Os indícios mais contundentes estão nas tumbas dos construtores das pirâmides. Elas foram construídas, decoradas e preservadas, como versões menores e mais simples dos túmulos faraônicos. Dentro, alguns corpos apresentavam marcas de fraturas curadas, membros amputados e até cirurgias cerebrais, o que, para os arqueólogos, é sinal de que os trabalhadores recebiam tratamento médico à custa do faraó. "Escravos estrangeiros não seriam enterrados assim, nem mereceriam tamanha atenção", afirma Hawass. Os achados contam ainda informações valiosas sobre a vida do homem comum do Egito Antigo, que representava 80% da população, mas sobre o qual se sabe muito pouco. Na Cidade dos Trabalhadores foram encontradas centenas de fragmentos de fôrmas de pão, jarras de cerveja e ossos de animais domésticos. As ruínas mostram que a vila era formada por galerias com milhares de camas de barro.
Para os pesquisadores, tratava-se de um bem estruturado alojamento para camponeses que, em períodos de entressafra, formariam frentes de trabalho temporárias para a construção dos monumentos. "Encontramos inscrições no interior da pirâmide de Quéops que mostram que os trabalhadores formavam equipes e sentiam-se orgulhosos ao completarem as tarefas. Talvez até fossem recompensados por isso", diz Hawass. Eles eram supervisionados por artesãos mais qualificados, que habitaram uma vila menor, a chamada Cidade Oriental, onde foram encontradas as tumbas. O diretor do Projeto de Mapeamento da Planície de Gizé, Mark Lehner, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, acredita que é muito difícil usar, para o Egito de 20 séculos antes de Cristo, o que hoje se entende por trabalho e escravidão. "Mas, pelo menos, sabemos que o trabalho não era fixo, nem desagradável como se pensava", diz.

As construções de pedra eram recobertas de barro ou argamassa

PADARIA
Os pães, base da alimentação diária, eram preparados em fornos coletivos, em formas de barro arredondadas

Homens e mulheres, camponeses de origem, migravam de todo o Egito em épocas de entressafra agrícola

As camas de barro eram montadas uma ao lado da outra e cobertas por esteiras de palha

BEM TRATADOS
É difícil aplicar os conceitos de trabalho escravo ou assalariado para nos referirmos ao período da construção das pirâmides em Gizé, mas as escavações mostram que os trabalhadores eram bem alimentados e recebiam cuidados médicos

Devido ao calor, atividades como cozinhar ou costurar eram realizadas ao ar livre

Cidade dos Trabalhadores
Supõe-se que mais de 70% dos monumentos da planície de Gizé ainda estejam sob a areia
Oitenta anos depois de desenterrada, a múmia de Tutancâmon, de longe a mais famosa da história, ainda é o grande mistério da egiptologia. Foi a partir de sua descoberta, em 1922, que surgiu todo o fascínio que o Egito exerce hoje sobre nós. O jovem rei viveu só até os 18 anos e foi enterrado com o maior número de adereços de ouro já encontrado em uma tumba. Mas ninguém sabe como o imperador morreu, ou melhor: todo mundo tem uma explicação para sua morte prematura. A arqueóloga inglesa Christiane el Mahdy conta no mais recente livro sobre o caso Tutankhamen: The Life and Death of the Boy-King ("Tutancâmom: A vida e a Morte do Menino-rei", inédito no Brasil), que novos exames realizados nos restos mortais de Tut identificaram algumas regiões finas demais em seu crânio, o que indicaria que o jovem rei sofria de um tumor na cabeça. A doença teria afetado a mobilidade e o equilíbrio do faraó: ele pode ter morrido numa simples queda.


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Respectivamente.

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