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O livro de Mateus

A
RESPOSTA
AOS
MISSIONÁRIOS
_________________________________________________________________________
DEFESA PESSOAL – INFORME-SE
Análise das chamadas
“provas textuais”
de um volume
da Brit Cadashá
Publicado e Distribuído por:
JUDEUS PELO JUDAÍSMO
FAÇA CÓPIAS E DISTRIBUA PARA UM AMIGO JUDEU!

A publicação
Nesta publicação nosso objetivo não é fazer juízo da fé cristã, não nos interessa e
não é nosso objetivo, ao contrário do cristianismo o Judaísmo não tem a ousadia
de ter o monopólio
da salvação
pois como está escrito (1)todo aquele que cumpre
as Sete Leis básicas terá um lugar apropriado no mundo vindouro. Neste trabalho
vamos mostrar que as referências utilizadas pelo autor do Evangelho de Mateus
para justificar Yeshua como Mashiach é falha e forçosa, fato este que contradiz o
Judaísmo pois a Era Mashiach será estabelecida na verdade pura e simples, sem
necessidade de malabarismos lingüísticos.
Se não bastasse o problema das chamadas
“provas textuais”
que não agüentam,
uma análise um pouco mais apurada o Cristianismo não consegue entender que o
Maschiac não irá criar novos livros, ao contrário, ele levará todos os Judeus para o
maior guia de vida, para a palavra de D’us, para a imutável Tora.
Divisão Capitular
Os missionários cristãos sempre utilizam passagens que não são profecias,
agarrando-se ás divisões capitulares da Bíblia, pior, transformam passagens
históricas em
“profecias”,
transformam Salmos, orações em
“profecias”.
Uma linha,
uma palavra é agarrada para demonstrar a qualquer custo a messiandade de
Yeshua.
Quando usam a divisão capitular para justificar suas
“profecias”
os missionários
contam logicamente com a desinformação do amigo judeu abordado pois, para o
Judaísmo esta divisão não é para separar contextos e capítulos pois ela não é
uma invenção judaica, ela só é utilizada nas modernas edições do Tanach por ser
um facilitador, mas só foi adotada á partir do século XV da era comum,
provavelmente devido a sua funcionalidade.
Esta divisão é bem aleatória, imprecisa e causadora de inúmeras distorções, foi
feita de forma a separar contextos para atender o interesse dos missionários que
tinham como objetivo
“provar”
a messiandade de Yeshua. Um dos vários
exemplos desta divisão imprecisa e mal feita se encontra no capítulo 53 de Isaías,
exatamente três versículos após o início de uma profecia (52:13), dando a
entender ao leitor que ali tem início a uma outra profecia totalmente desvinculada
da anterior. Mas a imprecisão acontece por toda a divisão capitular.
2

O leitor judeu deve usar esta divisão apenas como referencial de busca e nunca
como uma divisão sensata e honesta dos textos.
O
“Judaísmo Messiânico”
Conhecedores da rejeição e muitas vezes cegados por uma fé irracional que
deturpa qualquer sentido de compreensão além do que se conhece, os
missionários cristãos principalmente o ramos mais fundamentalistas engrenaram
uma maneira criativa de tornar o cristianismo mais doce aos judeus. Seguindo as
orientações de Paulo que dizia
aos judeus se faça judeus
os missionários agora
diante de tantas derrotas inventam o
“judaísmo messiânico”.
O
“Judaísmo Messiânico”
é apenas um nome que se dá a um culto cristão,
direcionado sempre para os judeus. No Brasil este culto não tem obtido, Graças a
D’us, nenhum sucesso.
Das nove entidades que se dizem judaico-messiânicas e que são dirigidas e/ou
fundadas por judeus - Brasília, Recife, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro,
São Paulo, Betim, Natal e Petrópolis constata-se que a maioria esmagadora dos
membros que as freqüentam não são judeus. Esta necessidade de aceitar não
judeus em seus cultos e identificá-los como judeus existe devido à necessidade
de ter números para apresentar e como a maioria dos judeus, inclusive os menos
religiosos reconhecem a armadilha ou não desejam mesmo se converter ao
cristianismo, falta judeus para o “missionarismo” cristão apresentar, daí o
surgimento de tantas pessoas que não são judias e que se identificam como tal,
muitas sem noção real da mentira que participam.
As outras entidades que se identificam como judaicos messiânicas, são todas
fundadas por pastores evangélicos que passam a se identificar como “rabinos” e
suas igrejas como “sinagogas messiânicas” a exemplo do que acontece na
cidade de Belo Horizonte, o maior foco de atuação missionária messiânica.
A confusão teológica deste movimento é triste em todos os aspectos. Os judeus
envolvidos com este movimento são judeus que decidiram aceitar Yeshua como o
Messias, até aí nenhuma novidade, afinal o cristianismo nasceu da aceitação dele
por um grupo de judeus identificados como os Nazarenos, mas a novidade agora
é que estes judeus não se assumem cristianismo, continuam com tradições
judaicas ligadas ao judaísmo, todas focadas em Cristos, usam de forma triste,
abusiva e delinqüente coisas que são sagradas ao judaísmo, praticam os livros
que os cristãos seguem, Novo Testamento e usando o Velho Testamento para
justificar a existência do segundo e chamam esta panacéia de
“judaísmo
messiânico”
sendo que muitos dos próprios freqüentadores não acreditam nisto.
Esta é a mais nova, de tantas ameaças que o Judaísmo sofre ao longo de
sua existência, ameaças estas necessárias para que abramos nossos olhos
e voltemos para a Sua Tora, Bendito seja.
3

1 - Estudo de Mateus Capítulo 1 - Versículos 22 a 23
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o Profeta Isaias (Ieshaiáhu) Capítulo 7: Versículo 14.
Mateus 1:22-23
“Tudo isto aconteceu para se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que
a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel" (Is 7:14), que
significa: Deus conosco.
Isaías 7:14
"Eis pois que o Eterno, Ele mesmo, vos dará um sinal: eis que a moça grávida dará
à luz um filho e o chamará Imanuel."
Na análise desta passagem percebemos que
ela não diz respeito a Iehoshua
. Para uma
melhor compreensão e para que não haja dúvidas, precisamos discutir o início deste
versículo, já que esta parte é sempre omitida pelos missionários cristãos. Como afirmado
em Isaías 7:14 (acima), o Eterno prometeu que daria um sinal.
Mas a quem daria o sinal e por quê deste sinal? Estas perguntas são muito importantes
pois a resposta a elas
deixa claro que esta passagem não tem nada a ver com
Yeshua.
Para conhecer as respostas, recorremos às informações da própria Bíblia, mais
precisamente no (2 )Capítulo 7:1-9 do livro de Isaías.
[1]E aconteceu de Achaz bem Iotam, neto de Uziáhu, rei de Judá, que Retsin, o rei de
Aram, e Pecach bem Remaliáhu, o rei de Israel, subiram a Jerusalém para lutar contra
ele, mas não conseguiram prevalecer. [2] E foi dito à Casa de David:’Aram estabeleceu
uma alinaça com Efraim’. Ante isso, seu coração e o de todo o povo se abalou tal como
se abalam as árvores da floresta ante o soprar do vento.
[3] Disse então o Eterno a Isaías:
Vai ao encontro de Achaz, junto com Shear Iashuv, teu filho, na borda do canal dos
reservatório elevado, na estrada das lavanderias, [4] e diz-lhe: ‘Fica tranqüilo, não temas
nem deixe que se inquiete teu coração ante as fagulhas destas duas brasas fumegantes,
da ira exaltada de Retsin e Aram, e do filho de Remaliáhu’. [5]Porque Aram, juntamente
com Efráim e o filho de Ramaliáhu, propuseram fazer mal a ti dizendo:[6]’Provocaremos e
atacaremos Judá, anexá-lo-emos e coroaremos ao filho de Tav’al como seu rei’.[7]Mas
assim disse o Eterno D’us: Isto não ocorrerá nem virá a acontecer! [8] Pois a capital de
Aram é Damasco e sua cabeça é Retsin; dentro de mais 65 anos, Efráim deixará de ser
um povo. [9]E a capital de Efráim é Shomron e sua cabeça é o filho de Remaliáhu. Se
nisto não acreditares, é porque te falta fé.(Isaías 7:1-9)
4

Para compreender o real contexto desta passagem.
Naquela época, o Reino do Norte (Efraim) se aliou a Retsin, rei de Aram em uma tentativa
de se libertar do perigo assírio. Como o Reino do Sul (Judá) não participou da coalizão
entre o Reino do Norte e Aram, estes dois temeram que o Reino de Judá se tornasse
aliado da Assíria. Assim, eles resolveram atacar o Reino do Sul, para destronar o rei
Achaz e colocar no seu lugar o filho de Tav’al, rei de Tiro. Achaz, temendo ser cercado
pelos exércitos adversários, efetuou uma verificação da reserva de água da cidade de
Jerusalém. Mas Isaías vai ao seu encontro e tranqüiliza o rei Achaz, mostrando que não
haverá perigo,
pois continua válida a promessa de que a dinastia do rei Davi será
preservada
, desde que se confie totalmente nas providências do Eterno.
O sinal prometido a Achaz é o seu próprio filho
, do qual a rainha, uma jovem,
(e não
virgem)
está grávida. Este menino, que está para nascer, é o sinal de que o Eterno
continua permanecendo no meio do seu povo. Daí o nome Emanuel, que significa Deus
Conosco.
Assim, de acordo com o contexto do Capítulo 7:1-9 do livro de Isaías, observamos que o
Eterno promete um sinal ao rei Achaz e este sinal é justamente o filho do próprio rei que
está por nascer. Logicamente que os missionários omitem esta parte e afirmamos que isto
é distorção da interpretação do texto.
É bom lembrar e informar que o desenrolar destes fatos foi uma previsão que se realizou
em pouco tempo, e não uma previsão para um acontecimento futuro bem longínquo,
como ensinam e insistem os apologistas cristãos, ao atribuírem tal profecia a Iehoshua de
Nazaré, que apareceu no cenário uns 700 anos após estes acontecimentos.
Vale ainda acrescentar que o nome hebreu
Iehoshua significa Deus é Salvação
,
diferente do nome
Emanuel, que significa Deus Conosco
, que é o nome mencionado
na profecia de Isaías 7:14.
Ainda com relação ao nome Emanuel, vale acrescentar que este é o nome dado por
Isaías a uma futura criança cujo nascimento será, para o rei Achaz, o sinal da assistência
divina, como afirmado em Isaías 7:14-17.
[14] Eis pois que o Eterno, Ele mesmo, vos dará um sinal: eis que a moça grávida dará à
luz um filho e o chamará Imanuel.[15]Quando ele souber evitar o mal e escolher o bem,
alimentar-se-á de nata e mel. [16] Pois ainda antes de saber afastar o mal e escolher o
bem, a terra cujos os dois reis tu temes estará completamente abandonada [17] O Eterno
trará para ti, para teu povo e para a casa de teu pai, dias como ainda não haviam ocorrido
desde o dia em que Efráim se separou de Judá: a invasão do rei da Assíria.
5

Conclusão do Estudo
O reino de Judá é ameaçado pelos sírios e efraimitas que, aliados, desejavam opor-se à
dinastia reinante, a mesma dinastia que també m se beneficia das promessas feitas a
Davi. Em vez de dar crédito a estas promessas, Achaz pediu ajuda a Assíria, mas Isaías
condenou este modo de agir do rei e proclamou que o Eterno estaria presente, que Ele
estaria do lado do Reino de Judá,
ou seja, que D’us Estaria Conosco
. Deste modo, qual
seria a criança cujo nascimento seria portadora de uma mensagem como esta? Como
seria para o rei, contemporâneo de Isaías, que o sinal seria dado, então o nascimento
anunciado deveria ocorrer proximamente. Quem foi esta criança? Esta criança foi
Ezequias como afirmado muitas vezes, e com boas razões, e nunca Yeshua de Nazareth.
Por outro lado, esta criança é descrita em uma linguagem poético-mítica, concretamente
irrealizável e que a maioria dos missionários não entendem por justamente não
entenderem nada de Judaísmo. O oráculo abre, portanto, uma perspectiva que segue
além do rei em questão. Devido a este oráculo, alguns judeus seguidores de Iehoshua,
insatisfeitos com os reis históricos de Israel, passaram a esperar por alguém que
satisfizesse a esperança deles. O autor de Mateus, os seus contemporâneos e os cristãos
posteriores a eles reconheceram em Iehoshua de Nazaré aquele que realizou plenamente
o anúncio de Isaías 7:14, como está escrito em Mateus 1:23, distorcendo assim a profecia
feita ao Rei Achaz e para o rei Achaz.
Além da fonte bíblica, citada acima, estes acontecimentos no sentido histórico também
podem ser verificados em outras publicações não religiosas.
Finalizando
Isaías 7:14 não se refere a Iehoshua, mas trata-se de um versículo transladado para a
época de Iehoshua por vontade do autor do Livro de Mateus (que provavelmente
conhecia o livro de Isais) e de seus próprios seguidores descontentes pelo fato do
Mashiach ainda não ter aperecido. Desta forma, os seguidores de Iehoshua se
encarregaram de transportar o conteúdo do versículo de Mateus 1:23 ao longo dos
séculos distorcendo o real contexto histórico de tal forma que atropelou os
acontecimentos da época. Versículo distorcido até os dias de hoje, uma distorção que os
missionários desejam que os judeus acreditem como verdade.
Os missionários traduzem erradamente e propositalmente em todas as bíblias cristãs a
palavra hebraica
almah
para justificar o nascimento virgem de Ieshoua. Traduzem
almah
como virgem, quando o correto é moça. Moça pode ser virgem ou não, casada ou não. A
esposa do rei Achaz era uma
almah (moça)
casada e grávida
(e não virgem)
de
Immanuel. (3)Virgem em hebraico é
bâtul
e virgindade é
betulîm
e o profeta Isaias diz
claramente, almah (moça) e não virgem. Os missionários normalmente trabalham com
traduções de terceira para justificar suas distorções.
Diante destas distorções torna-se eviden te a uma das fraudes implementada pelos
missionários para convencer judeus que Yeshua é o Mashiach aguardado por Israel.
6

2 - Estudo de Mateus Capítulo 2 - Versículos 5 a 6
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o Profeta Miquéias (Michá) Capítulo 5: Versículo 1.
Mateus 2:5-6:
Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém,
terra de Judá, não é de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá
o chefe que governará Israel, meu povo? (Miq 5:2).
Miquéias 5:1:
E tu, Bet-Léchem de Efrat, és muito pequena para ser contada entre os milhares de Judá,
mas de ti sairá, para Mim, alguém que há de ser o condutor de Israel, cuja a origem
remontará ao passado distante.
Na análise desta passagem do Evangelho de Mateus percebemos a inclusão de uma
passagem do texto de Miquéias, que , fora do seu contexto, aplica-se muito bem aos
propósitos missionários mas, lida em seu real contexto é completamente diferente. Para
resolver este problema logicamente vamos continuar utilizando a própria Bíblia Hebraica,
vejamos:
Miquéias 5: 2-5
[2] Entretanto, Ele os entregará pelo tempo que leva a parturiente até dar à luz. Então, o
resto de seus irmãos retornará com os filhos de Israel [3] Ele se erguerá e liderará com a
força que lhe concederá o Eterno e com a majestade do Nome do Eterno, seu D’us; e
habitarão, porque então ele se terá engrandecido até os confins da terra, [4] e isto
assegurará a paz. Se vier o assírio à nossa terra e tentar destruir nossos palácios,
levantaremos contra ele sete pastores e oito príncipes dentre nossos, [5] e assolarão a
terra da Assíria com suas armas, e a terra de Nimrod com a espada afiada; ele nos livrará
do assírio quando este vier à nossa terra e quando ameaçar nossas fronteiras.
É comum dos missionários o uso isolado de um versículo. No entanto lendo o Profeta
Miquéias em todo seu contexto - como fizemos - e não isoladamente fica claro que não é
de Yeshua que se está falando e sim da pessoa que livrará o povo de Israel da Assíria.
Yeshua por acaso livrou o povo de Israel da Assíria?
Logicamente que não.
Só a título de suposição se esta passagem estivesse falando realmente de Yeshua
apareceria para os missionários mais dois inconvenientes, além deste, para explicar.
7


- Quando Yeshua viveu Israel era subordinado a Roma. Então como Yeshua livraria o
povo judeu de uma
“Assíria”
? Pois é o que está descrito no livro por Miquéias (Ver
acima, Miquéias 2 a 5). Yeshua não fez isto, então aqui já aparece o primeiro e grave
inconveniente pelo uso mal intencionado do versículo.

- Yeshua nasceu, viveu, morreu e Israel continuou subordinado a uma nação
estrangeira. Então como explicar o resto do não cumprimento desta profecia?
Estas são algumas perguntas para serem feitas aos missionários.
Perceba que, apenas lendo o Tanach dentro do seu contexto a
“messiandade"
de
Yeshua desaparece sem muito esforço.
É bom lembrar que o Mashiach (Messias) será estabelecido na verdade sem a
necessidade de malabarismos lingüísticos.
O exame destas passagens não revela o nome de quem irá dar à luz e quem nascerá
para apascentar os israelitas, mas diante dos fatos históricos o mais provável é que seja
Ezequias, o filho do rei Achaz, Rei de Judá (721-693 a.e.c.), já que a profecia anterior,
Isaías 7:14, se refere a ele.
1 – Bíblia Hebraica, David Godorovits e Jairo Fridlin; Editora Sefer, 2006
3 - Estudo sobre Mateus Capítulo 2 - Versículo 13 a 15
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o Profeta Oséias (Hoshêa) Capítulo 11: Versículo 1.
Mateus 2:13-15:
D
epois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse: ?Levanta-
te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá a té que eu te avise, porque
Herodes vai procurar o menino para o matar.? José levantou-se durante a noite, tomou o
menino e sua mãe e partiu para o Egito. Ali permaneceu até a morte de Herodes para que
se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os
11,1).Oséias 11,1: Israel era ainda criança, e já eu o amava, e do Egito chamei meu filho.
Oséias 11:1
Quando Israel era ainda uma criança, Eu o amava, e ao salvá-lo do Egito, chameio-o de
‘Meu Filho’.
Nesta passagem da Brit Cadashá vemos claramente mais um exemplo de distorção
realizada pelos missionários para encaixar Yeshua. Basta olhar com atenção a tradução
8

cristã do versículo e a tradução direta do hebraico para perceber a diferença.
Versículo mal traduzido e utilizado por missionários e messiânicos em geral
Israel era ainda criança, e já eu o amava,
e do Egito chamei meu filho.
Versículo traduzido diretamente do hebraico
Quando Israel era ainda uma criança,
Eu o amava, e ao salvá-lo do Egito, chamei-o de
‘Meu Filho’.
Além da tradução mal feita notamos que o autor de Mateus efetuou mais duas acrobacias
lingüísticas para forçar Yeshua de Nazareth neste contexto.

- Inverteu a ordem do versículo e omitiu uma parte.

- Cortou o versículo, lendo apenas uma oração como se todo o resto não fizesse parte
do contexto.
Na análise desta passagem a explicação é que o Profeta Oséias compara a relação entre
o Eterno e Israel como a relação que existe entre Pai e Filho. O evento aqui tratado não é
a saída de um judeu do Egito (Yeshua) mas, trata-se, na realidade, da libertação do povo
judeu, quando o Eterno, através de Moshê, removeu nosso povo da subjugação dos
egípcios.
E onde está esta informação?
Na própria continuidade do capítulo em seus versículos
seguintes.
Oséias 11:2-11:
(
Os. 11:2) Mas quanto mais os chamavam, mais se afastavam deles, sacrificavam aos
Baalins e queimavam incenso dedicado a ídolos. (Os. 11:3) E Eu ensinei aos de Efráim a
caminhar, tomando-os por Minha mã o, mas eles não conseguiam reconhecer que era Eu
quem os amparava. (Os. 11:4) Atráia-os para Mim co m sentimentos de carinho e laços de
amor, e era para eles como o pastor que retira o jugo de seus animais e os alimenta com
ternura.
Se persistir alguma dúvida que Oséias fala de Israel e sua saída do Egito, o versículo
seguinte, que não está cortado, não está isolado e nem adulterado conclui.
(Os 11:5) Não
retornará a escravidão do Egito, mas a Assíria o dominará como rei, porque não quis se
arrepender e voltar a Mim. (Os. 11:6) E descerá a espada sobre suas cidades e o fogo
consumirá seus portais, porque atenderam somente a seus próprios conselhos. (Os 11:7)
E Meu povo hesita em voltar para Mim, ainda que do alto os chamem, e ninguém quer se
elevar. (Os.11:8) Como hei de te abandonar o Efráim? Como hei de te deixar, ó Israel?
Co mo hei de fazer contigo como fiz com Admá? Por acaso hei de te colocar como
Tsevoim? Meu coração se enternece dentro de Mim; faz acender Meu remorso. (Os.11:9)
Conterei o ardor da Minha ira; não Me voltarei para destruir a Efráim, porquanto Eu sou
D’us, e não um homem! Eu sou o santíssimo que está e m seu meio e não Me deixo
dominar pela fúria. (Os.11:10) Eles andarão após o Eterno, que rugirá, e Seus filhos
acudirão, tremendo, desde o oeste. (Os.11:11) Virão tremendo como um pássaro desde o
9

Egito e como uma pomba da terra da Assíria, e os farei habitar em suas casa – diz o
Eterno.
Na narrativa que acabamos de examinar, o discurso está sendo dirigido ao povo de Israel.
Assim, o autor da passagem de Mateus 2:13-15 modificou completamente o conteúdo de
Oséias 11:1 principalmente no sentido que se deve dar à expressão meu filho. Isto é
proposital, para induzir a idéia de que é a respeito de Iehoshua de Nazaré que Oséias
11:1 está falando.
Esta passagem de Mateus além dos inconvenientes já demonstrados com o uso incorreto
das Escrituras Hebraicas apresenta uma ordem para se rebelar contra D’us. pois:
"Depois de sua partida, um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse:
?Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito..."Mateus2:13-15
Diz o autor de Mateus que um anjo mandou uma família de judeus (Josê, Maria e Yeshua)
buscar abrigo no Egito. Mas em sua Santa Tora D’us, enaltecido seja, dá uma ordem
direta proibindo o povo judeu de voltar ao Egito:
Somente não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para
multiplicar cavalos, pois o Eterno vos tem dito: “Nunca mais voltareis a este lugar”
(Devarim17:16)
D’us proibiu o povo judeu de voltar ao Egito. Depois ele mandaria uma família de judeus
buscar abrigo justamente num local onde ele terminantemente proibiu Israel de voltar?
Muito estranho tudo isso.
Esta é a grande diferença, a Era de Mashiach será estabelecida na verdade sem
necessidade de malabarismos lingüísticos.
4 - Estudo sobre Mateus Capítulo 2 - Versículo 16 a 17
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o Profeta Jeremias (Irmiáhu) Capítulo 31: Versículo 15.
Mateus 2:1617:
Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou
massacrar em Belém e nos arredores todos os meninos de dois anos para baixo,
conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. Cumpriu-se, então, o que foi dito
pelo profeta Jeremias: Em Rama se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel
a chorar seus filhos, não quer consolação, porque já não existem! (Jer 31:15)
Jeremias 31:14
Assim disse o Eterno: Ouviu-se em Rama um clamor de lamento e choro amargo; era
10

Rachel chorando por seus filhos. Ela se recusa a se deixar consolar pela perda de seus
filhos, porque eles já não existem mais.
Enquanto para os missionários esta passagem é mais uma das profecias cumpridas a
respeito de Iehoshua, mesmo quando uma das várias versões de sua bíblia esclarece
“tratar-se, figuradamente, de Raquel, mãe de Benja mim e, por José, avó de Efraim e
Manassés, quem chora os homens destas tribos que foram levados para o exílio.
Segundo esta referência, este trecho é citado em Mateus 2:18 por acomodação à
dor das mulheres, cujos filhos Herodes ordenou que fôssem massacrados ”
(nota
marginal da Bíblia Sagrada - Editora Ave Maria - Edição 119ª, página 1078,).
Devemos observar que a expressão
"por acomodação"
denuncia que não é o sentido
original do texto, deixando claro que os missionários distorceram o uso real e contextual
da passagem para encaixar Yeshua.
No contexto original esta passagem, se refere aos judeus que foram espalhados pelo
estrangeiro durante a Diáspora. O Profeta Jeremias se referiu a este fato - Raquel
chorando pelos seus filhos - já que Raquel, esposa de Yacov, é a mãe
de todos os filhos
de Israel
. Portanto, torna-se claro que Jeremias não estava de forma alguma fazendo
referência a um massacre de crianças judias (se é que este massacre realmente existiu).
Desta forma, a atitude de transferir o fato narrado
para séculos depois
, na época em que
Iehoshua surgiu é distorcer a passagem e dar-lhe a aplicação desejada, como fez o autor
de Mateus.
No versículo seguinte Jeremias continua:
Jeremias 31:15
Assim disse, porém, o Eterno: Que cesse de chorar tua voz e de verterem lágrimas teus
olhos, pois recompensa haverá para a tua obra – diz o Eterno -
Teus filhos voltarão da
terra do inimigo.
E continua...
Jeremias 31:16
Há, pois, esperança para teu futuro – diz o Eterno –
pois teus filhos retornarão às tuas
fronteiras.
Se esta passagem estivesse falando de Yeshua e de um massacre de ocorrência
duvidosa apareceria um grave inconveniente:
Se foram massacrados como explicar a promessa do profeta que diz
“teus filhos
voltarão da terra do inimigo”
11

A profecia se cumpriu
, obviamente não no contexto da Brit Cadasha (Novo
Testamento), mas sim conforme o profeta sentenciou.
“teus filhos retornarão às tuas
fronteiras”.
Sim, a profecia aconteceu. O exílio da Babilônia terminou!
5 - Estudo sobre Mateus Capítulo 2 - Versículo 21 a 23
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência uma profecia nas Escrituras Hebraicas. No entanto não existe a
profecia citada pelo autor de Mateus.
Mateus 2:21-23:
José levantou-se, to mou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. Ao ouvir, porém,
que Arquelau reinava na Judéia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá.
Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galiléia e veio habitar na
cidade de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado
Nazareno.
Este é o tipo de profecia mais fácil de ser
“cumprida"
,
aquela que não existe
, que você
mesmo fabrica.
Como é possível citar uma profecia que não existe?
Nazareno é aquele que nasceu na cidade de Nazareth, no entanto esta cidade não existia
no tempo da Bíblia Judaica sendo assim é impossível encontrar esta citação nos textos
hebraicos. Na verdade se trata de uma falsificação para encaixar Yeshua como o
Mashiach.
6 - Estudo sobre Mateus Capítulo 3 - Versículo 1 a 3
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Isaias (Ieshaiáhu) Capítulo 40 Versículo 3
Mateus 3:1-3:
Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia. Dizia ele: Fazei
penitência porque está próximo o Reino dos Céus. Este é aquele de quem falou o profeta
Isaías, quando disse: Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor,
12

endireitai as suas veredas (Is 40:3). Isaías 40:3:
No deserto clama u ma voz:’Preparai um caminho para o Eterno, aplainai, no ermo, uma
estrada para nosso D’us’.
A passagem de Isaías 40:3 é bem compreendida a partir do versículo, onde é informado a
quem realmente se refere esta passagem. Compreenda:
Isaias 40: 1-5
[1]Consolai, consolai o Meu povo!-proclama vosso D’us. [2]Falai ao coração de
Jereusalém e clamai-lhe que findo está o tempo que leh foi fixado, que resgatada está
iniqüidade; pois em dobro já recebeu da mão do Eterno, por todos os seus pecados. [3]
No deserto clama uma voz:’Preparai um caminho para o Eterno, aplanai, no ermo,
uma estrada para nosso D’us’.
[4]Toda depressão será elevada e todos os montes e
colinas serão rebaixados; os caminhos tortos serão alinhados e os rugosos,
nivelados.[5]Há de revelar-se a glória do Eterno e a perceberão todas as criaturas, pois
assim o determinou o Eterno.
Como sabemos, Isaías é considerado o maior profeta do Tanach, o profeta da Justiça.
Nascido por volta do ano de 760 a.e.c., de uma família nobre originária do Reino de Judá,
foi chamado pelo Eterno no ano de 740 a.e.c. para anunciar profecias, que exerceu
durante cinqüenta anos. O livro de Isaías compõe-se de duas partes. Os capítulos de 1 a
39 contêm freqüentes alusões a Isaías e ao seu tempo e se encaixam perfeitamente no
ambiente dos acontecimentos dos reinados de Osias, Joatão, Achaz e de Ezequias,
conforme identificado em II Reis 15:24.
Os capítulos de 40 a 66 fazem referência a uma época posterior.
Nestes capítulos,
identificamos que o profeta se dirige aos israelitas deportados ou já re integrados
em sua pátria após dominação sob os assírios
. Durante esta investida, Isaías se
insurgiu contra a idolatria, ameaçou ricos e poderosos e elevou a sua voz contra os
hipócritas e todos aqueles que se comportavam de forma frívola. Com grande veemência
ele chamou o povo ao arrependimento e às práticas dos preceitos judaicos. É aí então
que ele convoca todos os israelitas a abrir um caminho para o Senhor.
Sendo assim a passagem citada pelo autor de Mateus não possui ligação alguma com
João Batista. A propósito, lendo a passagem em todo seu contexto, como deve ser feita
com toda citação bíblica percebemos que esta colocação é bem forçosa.
Concluindo, esta passagem trata-se de uma convocação ao arrependimento feita por
Isaías e que é dirigida aos israelitas e não a Yeshua.
13

7 - Estudo sobre Mateus Capítulo 4 - Versículo 12 a 16
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Isaias (Ieshaiáhu) Capítulo 9 Versículo 1
Mateus 4:12-16:
Quando, pois, Yeshua ouviu que João fora, retirou-se para a Galiléia. Deixando a cidade
de Nazaré, foi habitar em Cafarnaum, à margem do lago, nos confins de Zabulon e
Neftali, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: A terra de Zabulon e de
Neftali, região vizinha ao mar, a terra além do Jordão, a Galiléia dos gentios, este povo,
que jazia nas trevas, viu resplandecer uma grande luz; e surgiu uma aurora para os que
jaziam na região sombria da morte (Is: 9:1).
Isaías 9:1:
[1]... O povo que estava envolvido pela escuridão percebeu uma luminosidade; sobre os
que viviam na terra das sombras da morte acendeu-se uma luz brilhante.
Para termos uma compreensão lúcida de Isaías 9:1 precisa-se estudar a passagem á
partir de Isaías 8:23 e encerrá-la no versículo 9:6 . É interessante notar que as bíblias
cristãs omitem, no caso da língua portuguesa, os três pontinhos (...) antes do início de
Isaías 9:1. Estes três pontinhos omitidos propositalmente significam que o texto é
continuação de um texto anterior, no caso de Isaías 9:1 ele é continuação do versículo
8:23, obviamente negado pelos missionários.
Isaias 8:23
Não se preocuparam da primeira vez, quando a terra foi devastada, quando a Assíria
exilou Naftali e Zevulun, mas agora a Assíria assestou um golpe mais doloroso, no
caminho para o mar, além do Jordão, na região das nações....
Isaías 9:1:
... O povo que estava envolvido pela escuridão percebeu uma luminosidade; sobre os que
viviam na terra das sombras da morte acendeu-se uma luz brilhante.
Isaías 9:6:
...para consolidar seu governo e para que sobre o trono de David e seu reinado não cesse
jamais de haver paz, que será estabelecida e mantida através de justiça e re tidão, desde
agora e para todo sempre. O zelo do Eterno dos Exércitos há de tornar isto realidade.
Nestas passagens constam que no ano de 732 a.e.c., o rei da Assíria tomou os territórios
da Galiléia e adjacências,
incluindo Zabulon e Neftali.
O povo do Reino do Sul temia o
avanço assírio, mas o profeta Isaías mostrou que o Eterno libertaria os oprimidos e traria
a paz. O que levou Isaías a esta luminosa esperança foi o nascimento do Emanuel (Isaías
14

7:14 - passagem estaduda anteriormente e também distorcida pelos missionários), que foi
Ezequias, o filho herdeiro do rei Acaz.
O profeta Isaías previu um chefe sábio, fiel ao Eterno, de reinado duradouro e pacífico.
Com esta atitude, Isaías ajudou a perpetuar a dinastia do rei Davi, que se estendeu até às
regiões dominadas pela Assíria e organizou uma sociedade fundada no direito e na
justiça. Assim, como já foi discutido anteriormente, a passagem de Isaías 9:1 trata de
Ezequias, filho do rei Acaz, e não de Iehoshua de Nazaré. Ao citar Isaías 9:1, não houve
nenhuma preocupação em se analisar o contexto da frase, pois isto é fundamental para o
entendimento dela. Vale a pena acrescentar, mais adiante, nos versículos de Isaías 9:1-6,
que a expressão
[5]”Pois nasceu entre nós uma criança, um filho nos foi dado”
evidencia
tudo o que foi explicado anteriormente, pois esta passagem não se refere a Iehoshua,
mas a uma outra pessoa, que é a mesma pessoa de nome Emanuel, conforme Isaías
7:14.
8 - Estudo sobre Mateus Capítulo 8 Versículo 14 a 17
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Isaias (Ieshaiáhu) Capítulo 53 Versículo 4
Mateus 8:14-17:
Foi então Yeshua à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com febre. Tomou-lhe a
mão, e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a servi-los. Pela tarde, apresentaram-
lhe muitos possessos de demônios. Com uma palavra expulsou ele os espíritos e curou
todos os enfermos. Assim se cumpriu a predição do profeta Isaías: Tomou as nossas
enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males (Is 53 :4). Em verdade ele tomou
sobre si, nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos
como um castigado, ferido por Deus e humilhado.
Isaias 53:4
Na verdade, eram os nossos sofrimentos que suportava, e as dores que o oprimiam, mas
nós o considerávamos um ser aflito, golpeado e ferido por D’us.:
Os missionários messiânicos vêem com tanta certeza Yeshua nesta passagem do Tanach
que não compreendem o porque de judeus não abraçarem sua interpretação. A razão
simples, é que somos judeus pelo judaísmo. Mas para uma análise mais profunda
devemos primeiramente entender a divisão capitular do Tanach.
A divisão em versículos e capítulos não é judaica, as primeiras impressões do Tanach
com este sistema só aparecem em fins do século 15 da era comum. Esta divisão é bem
aleatória, imprecisa (propositalmente) e causadora de inúmeras distorções. Só foi adotada
também nos círculos judaicos no decorrer dos últimos séculos nas edições modernas do
Tanach, isso se deve, provavelmente, á sua funcionalidade, e constitui uma “ponte” entre
diferentes culturas ao Livro dos Livros. Um entre tantos exemplos desta aleatoriedade é o
início do capítulo 53 de Isaías, exatamente 3 versículos após o início de uma profecia (Is
52:13), dando a entender ao leitor menos habituado com o Judaísmo que ali tem início
uma outra profecia totalmente desvinculada da anterior. Esta tentativa de desvincular é
15

intencional, com o objetivo de forçar Yeshua, mais uma vez, como Mashiach.
Os cristãos afirmam que Yeshayáhu (Isaías) 53 refere-se a Yeshua. Na verdade,
Yeshayáhu 53 segue diretamente o tema do capítulo 52, descrevendo o exílio e a
redenção do povo judeu . As profecias são escritas na forma singular porque os judeus
(Israel) são considerados como sendo uma unidade.
Apresentar o servo sofrendo pelos pecados da humanidade como sendo uma referência
ao Mashiach, como, é claro, ensinaram os primeiros cristãos, que acreditavam ser
Iehoshua o referido Mashiach (Atos dos Apóstolos 8,35-37) é distorcer as Escrituras.
Em seu processo contínuo de distorção, os apologistas cristãos ensinam que só a partir
do século XII é que surgiu a opinião de que a palavra meu servo em Isaías 52:13 se
refere à nação de Israel, e que esta passou a ser interpretação dominante no Judaísmo.
Isto logicamente é uma tentativa desesperada quando outros argumentos não
convencem. Segundo eles, a expressão meu servo é diferente da expressão meu povo
que aparece em Isaías 5 3:8. Segundo estes apologistas, trata-se de uma pessoa ou de
uma vítima inocente, o que não significa toda a nação israelita. Tal argumento surge
devido à passagem de Isaías 53:9, passagem que fala de alguém que foi sepultado ao
lado de facínoras. Interessante que querem, de todas as maneiras, distorcer o texto para
aplicá-lo a Iehoshua de Nazaré, quando, na realidade, se refere especificamente à nação
de Israel.
Também encontramos que os capítulos de 40 a 55, escritos na época do exílio na
Babilônia são apresentados mensagens de esperança e consolação a Israel. Nas
passagens destes capítulos, o fim do exílio é visto como um novo êxodo e, como ocorreu
no primeiro, o Eterno foi o condutor e a garantia desta nova libertação. O povo judeu
oprimido é denominado Servo do Eterno, expressão que reforça mais ainda o caráter
judaico da interpretação desta passagem.
Vale a pena acrescentar que a palavra servo é utilizada em outras ocasiões, como por
exemplo, em Isaías 42:1-4; 49:1-6; 50:4-9 e 52:13-53:12. Nestes versículos é descrita a
vocação de Israel como servo do Eterno. Os autores da Brit Cadashá viram no servo, por
excelência, os sofrimentos e a morte de Iehoshua como remissão para os pecados. Ora,
entender tal passagem como sendo aplicada a Iehoshua não significa que a profecia seja
a respeito dele. Quanto ao fato da palavra servo se referir a uma pessoa em particular,
tomamos como exemplo Ciro, rei da Pérsia. Na passagem de Isaías 44:28 ele é intitulado
Pastor, e, mais especificamente, em Isaías 45:1 ele é intitulado Ungido. Diante destas
informações os autores do Evangelho de Mateus atribuíram estes títulos a Iehoshua de
Nazaré.
E
m Isaias 53:3 está assim:
Foi depreciado por todos como uma pessoa atormentada e constantemente enferma,
como alguém de quem escondemos nossa face, sendo desprezado e desconsiderado.
Nesta parte do capítulo fica bem claro que não se trata de uma pessoa que fala Isaias
pois ele diz foi
“depreciado por todos como uma pessoa...”
Ele não diz
foi uma
pessoa depreciada por todos.
Logicamente que este pequeno e importante detalhe não
16

é vislumbrado e nem interessa aos missionários entrar neste aspecto, sempre contado é
claro com a falta de informação do amigo judeu.
Logicamente que a leitura completa a partir do capítulo 52 como é no judaísmo esclarece
definitivamente esta dúvida.
Isaias 52:1
Desperta, desperta, reveste-te de tua fortaleza, ó Tsión! Veste-te com as roupas de tua
glória, ó Jerusalém, cidade santa! Pois não mais tornará a entrar em ti nem incircunciso
nem impuro.
Isaias 52:6
Portanto, farei
MEU POVO
saber Meu Nome; ele saberá, então, naquele dia, que sou Eu
Quem fala!
Isaias 52:9
Prorrompei em cânticos, cantai com júbilo, exultai juntas, ó ruínas de Jerusalém; porque o
Eterno confortou
SEU POVO
e redimiu Jerusalém!
Isaias 52:10
O Eterno descobriu o Seu santo braço aos olhos de todas as
NAÇÕES
, e todos os
confins da terra verão a salvação que vem de nosso D’us.
Isaias 52:11
Retirai-vos, deixai as terras de
OUTROS POVOS
, saí de lá, não toqueis coisa impura; saí
do meio dela; purificai-vos; vós que transportais os objetos sagrados do Eterno.
Isaias 52:12
Pois não saireis apressadamente nem vos ireis fugindo; porque o Eterno é Quem irá
diante de vós, e o D’us de Israel será vossa retaguarda.
Indiscutivelmente, Isaias esta falando aqui da volta dos Judeus a Jerusalém e sobre o
começo da Era Messiânica.
Os missionários afirmam, sempre contando com a desinformação do amigo judeu que
com o versículo seguinte (Isaias 52:13), o sujeito em discussão
muda de repente de
Israel
para Yeshua!
Isaias 52:13
Eis que há de prosperar Meu servo; será exaltado e há de se elevar bem alto
17

Isaias 52:14
Assim como antes, multidões ficavam estarrecidas ao vê-lo, ‘Sua aparência está
desfigurada e não parece humana sua forma

Isaias 52:15
Assim, muitas nações admirar-se-ão depois, e reis se calarão perante ele, porque verão o
que jamais lhes fora previsto e perceberão o que nunca havia escutado:
Perceba que após este versículo não existe um ponto final e sim o sinal de dois pontos
deixando claro que o
“pensamento”
e raciocínio da frase continua. E realmente
prossegue pois, como aprendemos no início, esta divisão capitular não existe no original,
foi adotada e sua realização foi feita de forma aleatória e mal intencionada.
Isaias 53:1
Quem teria acreditado no que nós (as nações) ouvimos, e para quem foi revelada a ação
do Eterno?
Isaias 53:2
Porque ele (o povo de Israel) brotou como planta tenra e como raiz em terra seca. Não
tinha nem forma nem beleza; era visível que não tinha boa aparência; quem apreciaria?
Isaias 52:3
Foi depreciado e abandonado por todos, como uma pessoa atormentada e
constantemente enferma, como alguém de quem escondemos nossa face, sendo
desprezado e desconsiderado.
Isaias 53:4
Na verdade, eram os nossos sofrimentos (das nações) que (Israel) suportava, e as dores
que o oprimiam, mas nós o considerávamos u m ser aflito, golpeado e ferido por D’us.
E assim segue a passagem, Isaias falando da volta dos judeus.
Na interpretação missionária aparece inconvenientes que eles não conseguem explicar
pois, a Era de Mashiach será na verdade sem necessidade de malabarismos lingüísticos.
São estes os problemas.
Primeiro
Ao negar a continuidade do capítulo 53 como origem no capítulo 52 os missionários
afirmam com isso não se tratar de Israel, mas sim de uma pessoa pois diz no versículo 9
"E seu túmulo foi fe ito entre os malévolos...”
O inconveniente é que mesmo que se
tratasse de uma pessoa não poderia ser Yeshua pois ele não foi enterrado, foi colocado
18

em uma tumba. E mesmo que fosse Yeshua entraria em contradição com a própria Brit
Cadashá que diz
"Ele
foi enterrado
no túmulo de um homem rico (Mateus 27:57-60)
Pensando um pouquinho você vai se perguntar: Ele foi en terrado ao lado de facínoras ou
no túmulo do homem rico? Mas no túmulo do homem rico, que não era um túmulo, e sim
uma tumba, havia facínoras enterrados também? Mas ele não foi enterrado, ele foi
colocado numa tumba. Quanta contradição! Bem que, ser coerente não é o forte da Brit
Cadasha.
Segundo
Em
NENHUM
lugar no Tanach o Mashiach é chamado diretamente
"o servo de D'us"
como insiste a interpretação missionária messiânica, porém Israel, é cha mado de
"servo"
em diversas ocasiões diferentes e especialmente no livro de Isaias;
Mas tu, Israel, servo Meu...
Isaias 41:8
Vos sois as Minhas testemunhas – diz o Eterno – Meus servos a quem escolhi...
Isaias 43:8
Contudo, ouve agora, ó Jacob, Meu servo; ó Israel, a quem escolhi
Isaias 44:1
Lembra-te destas coisas, ó Jacob, porque tu és o Meu servo, Ó Israel! Eu te formei
para ser o Meu servo; não me esqueças, ó Israel
.
Isaias 44:21
Terceiro
O mesmo profeta Isaias muito antes do capítulo 52 descreve uma série de
“tarefas”
que
o Mashiach irá desempenhar.
"Nação não erguerá a espada contra nação, nem o homem aprenderá a guerra."
(Yeshayáhu 2:4)
Trazer em vida os judeus de volta a Israel (Is-11:12)
Construir o terceiro te mplo em Jerusalém (Is-33:20)
Reunir Judá e Israel em um só povo (Is-11:13)
Ressurreição dos mortos (todos os mortos!!)
(Is-26:19)
19

Todos nós sabemos
que Yeshua não desempenhou nenhuma destas
"tarefas."
Como
os missionários explicam estas
“faltas”
? Com as desculpas mais absurdas. Uma delas é
que Yeshua fará isto numa segunda vinda, fato que embola mais o contexto pois
Mashiach não virá duas vezes, pelo menos o nosso Mashiach pois, depois de sua
passagem pela Terra, sim, o mundo será outro, bem diferente do que conhecemos, então
não haverá a necessidade dele “retornar” como bem explica o próprio Tanach.
O Mashiach será perfeito, não deixará obras por fazer, ele será perfeito e completo, até
porque se assim não for logicamente não será o Messias.
Quarto
Sacrifício humano é proibido no Judaísmo, e com isso aparece estas perguntas:
1)Onde diz na Torah que
"sangue humano"
é que expia o pecado pessoal?
2)Onde diz na Torah que o sangue de outro, expia meu pecado?
3)Onde diz na Torah que o Mashiach deixará seu sangue para expiar os pecados
alheios?
A Torá não menciona ligação entre o Mashiach e os sacrifícios
, no sentido de um
"expiar"
pelo outro. Ao contrário, sempre os sacrifícios que expiam os NOSSOS pecados.
Qualquer mudança nisto são interpretações missionárias para
"validar"
a fé deles,
mudanças estas que contradizem a palavra de D’us prescrita na Tora.
9 - Estudo sobre Mateus Capítulo 11 - Versículo 7 a 10
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Malaquias (Malachi) Capítulo 3 Versículo 1
Mateus 11:7-10:
Tendo eles partido, disse Yeshua à multidão a respeito de João: “Que fostes ver no
deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver, então? Um homem vestido com
roupas luxuosas? Mas os que estão revestidos de tais roupas vivem nos palácios dos
reis. Então porque fostes para lá? Para ver um profeta? Sim, digo-vos eu, mais que um
profeta. É dele que está escrito: Eis que eu envio meu mensageiro diante de ti para te
preparar o caminho (Mal 3:1).”
Malaquias 3:1:
... Hei de enviar Meu mensageiro e ele há de desobstruir o caminho para Mim; de súbito,
então, o senhor, a quem buscais, virá a seu templo, pois o mensageiro da Aliança do
Eterno, a quem tanto desejais, estará chegando! – diz o Eterno dos Exércitos.
O livro de Malaquias se inicia dirigido a todo o Israel através do Profeta Malaquias. Seus
pronunciados aconteceram durante os anos que precederam imediatamente a vinda de
20

Neemias (ano de 444 a.e.c.). Malaquias fala do amor do Eterno e explica que Ele não
está sendo generoso em bênçãos por causa das negligências dos sacerdotes, do
desrespeito à santidade do matrimônio, ou seja, casamentos mistos, divórcios, e também
por causa da falta de pagamento dos dízimos etc. A ação de Malaquias preparou a
grande reforma efetuada por Neemias. Para entender isto é necessário nos reportar ao
tempo do sacerdote e escriba Esdras.
O livro de Esdras, cujo nome significa O Senhor Ajuda, deriva do seu título do
personagem principal dos capítulos 7-10. Não é possível saber com certeza se foi o
próprio Esdras quem compilou o livro ou se foi um editor desconhecido. A opinião aceita é
de que Esdras tenha compilado ou escrito este livro juntamente com os livros I e II
Crônicas e Neemias. Na Bíblia hebraica Esdras e Neemias são um único livro. Ele liderou
o segundo dos três grupos que retornaram da Babilônia para Jerusalém. Como homem
devoto, estabeleceu firmemente o estudo da Torá como a base de fé do povo judeu
(Esdras 7:10). O próprio Esdras foi sacerdote e escriba das palavras da Torá e dos
mandamentos do Eterno (Esdras 7:11).
As obras de Esdras cobrem um período de pouco mais de 80 anos. O primeiro período
(Capítulos 1-6) com duração de cerca de 23 anos tem como tema o primeiro grupo que
retorna do exílio sob Zorobabel e a reconstrução do Templo. Depois de mais de 60 anos
de cativeiro babilônico, o Eterno despertou no coração de Ciro, rei da Pérsia, o desejo de
publicar um edito em que dizia que todo judeu, que assim desejasse, poderia re tornar à
Jerusalém a fim de reconstruir o Templo e a cidade. Um grupo de fiéis respondeu a este
desejo e partiu no ano de 538 a.e.c. sob a liderança de Zorobabel. A construção do
Templo foi iniciada, mas a oposição dos habitantes não judeus desencorajou o povo, e a
obra foi interrompida.
O Eterno, então, suscitou os profetas Ageu e Zacarias, que convocaram o povo para
completar a obra. Embora bem menos esplêndido do que o Templo de Salomão, a
reconstrução do Segundo Templo foi completada e o mesmo foi dedicado no ano de 515
a.e.c. O segundo período iniciou aproximadamente 60 anos depois (ano de 458 a.e.c.),
quando outro grupo de exilados retornou à Jerusalém liderados por Esdras (Capítulos 7-
10). Eles foram enviados pelo rei persa Ataxerxes, com somas adicionais de dinheiro e
valores para intensificar o culto no Templo. Esdras também foi comissionado para
escolher líderes em Jerusalém para supervisionar o povo.
Já em Jerusalém, Esdras efetuou a reforma espiritual, que durou cerca de um ano.
Depois disto, viveu, provavelmente, como um influente cidadão até à época de Neemias.
O escriba Esdras encontrou um Israel que tinha adotado muito das práticas dos
habitantes pagãos. Durante sua missão, ele chamou Israel ao arrependimento e a uma
21

renovada submissão aos mandamentos da Torá, a ponto de os judeus se divorciarem de
suas esposas pagãs.
Duas grandes mensagens emergem do livro de Esdras, a saber:
A fidelidade do Eterno e a infidelidade do homem à Sua Palavra. O Eterno havia
prometido através do Profeta Jeremias (Jeremias 25:12) que o cativeiro babilônico duraria
setenta anos. No momento apropriado, cumpriu fielmente a sua promessa e induziu Ciro,
rei da Pérsia, a publicar um edito que permitia o retorno dos exilados (Esdras 1:1-4).
Concedeu autorização para que os exilados fizessem retomar os bens que haviam sido
saqueados do Templo de Salomão (Esdras 1:5-10). Quando o povo desanimou por causa
da zombaria dos inimigos, o Eterno fielmente levantou Ageu e Zacarias para encorajar o
povo a completar a obra. Apesar do seu retorno e das promessas divinas, o povo se
deixou influenciar pelos seus inimigos e desistiu temporariamente (Esdras 4:24). O
estímulo dos profetas trouxe resultados (Esdras 5:1-2).
Finalmente, quando o povo se desviou das verdades da sua palavra, o Eterno fielmente
enviou Esdras para instruir o povo na verdade, chamando-o ao arrepend imento e à
confissão dos pecados (Esdras 9-10). A fidelidade do Eterno é contrastada com a
infidelidade do povo. Posteriormente, depois de completada a obra, de forma que
pudesse adorar ao Eterno em seu próprio Templo (Esdras 6:16-22), o povo se tornou
desobediente aos mandamentos de Deus (Esdras 9:1-2). Contudo a fidelidade do Eterno
triunfou em cada situação. A obra de Esdras pode ser vista claramente na sua ação em
cumprir os desígnios divinos.
O nome Neemias, cujo significado é O Eterno Conforta, deriva do seu personagem
principal, que aparece em Neemias 1:1. Neemias expressa o lado prático, a vivência
diária da nossa fé em D’us. Esdras havia conduzido o povo a uma renovação espiritual. A
primeira seção do livro de Neemias (Neemias 1-7) narra a oração de Neemias, o retorno
de Neemias à Jerusalém, a reconstrução das muralhas de Jerusalém e as dificuldades
encontradas para terminar a obra, as intrigas contra Neemias e o recenseamento dos
repatriados. Durante o período da reconstrução das muralhas, os que estavam
comprometidos, guiados por este líder, venceram a zombaria (Neemias 2:19-20), o
despeito (Neemias 3:10), as dificuldades (Neemias 4:6) e as ameaças de agressão física
(Neemias 4:16-17).
A segunda seção do livro de Neemias (Neemias 8-10) é dirigida ao povo que vivia dentro
dos muros. A aliança foi renovada e os inimigos que moravam na cidade foram expulsos.
Para guiar o povo de Israel, foi escolhido Esdras, um homem de coração reto e com uma
visão acurada dos temas em questão, o qual inicia a leitura solene da Torá. Na última
seção (Neemias 11-13), o povo retornou a Torá, enquanto Neemias trabalhava junto com
22

Esdras. Como governador durante este período, Neemias usou a influência do seu cargo
para apoiar a Esdras exercer uma liderança espiritual.
A primeira imagem de Neemias surge quando ele exerce a função de copeiro na corte de
Artaxerxes, rei da Pérsia. Um copeiro tinha uma posição de grande confiança como
conselheiro do rei e a responsabilidade de proteger o rei contra envenenamento. Embora
Neemias desfrutasse do luxo do palácio, o seu coração estava em Jerusalém.
A oração, o jejum, a qualidade de liderança, a poderosa eloqüência, as habilidades
organizacionais, a confiança nos planos divinos, a rápida e decisiva resposta aos
problemas, qualificavam Neemias como um grande líder e como um grande homem. Nas
escrituras, o livro de Neemias forma uma unidade com Esdras.
Muitos estudiosos consideram Esdras como o autor e compilador do livro de Neemias
bem como dos livros I e II Crônicas. A história iniciada no livro de Esdras, se completa no
livro de Neemias.
Neemias, que serviu duas vezes como governador da Judéia, deixou a Pérsia para
realizar a sua primeira missão no vigésimo ano de Artaxerxes I, rei da Pérsia, que reinou
de 465 até 424 a.e.c. (Neemias 2:1). Ele retornou à Pérsia no trigésimo segundo ano de
reinado de Artaxerxes (Neemias 13:6) e, pouco tempo depois, retornou novamente para
Jerusalém (Neemias 13:7). O período histórico narrado nos livros de Esdras e Neemias é
de pouco mais de 110 anos. O período de reconstrução do Templo sob Zorobabel,
inspirado pela pregação de Zacarias e Ageu, foi de 21 anos. Sessenta anos mais tarde,
Esdras causou um despertar religioso ao povo e promoveu um ensino adequado sobre o
culto no Templo. Treze anos mais tarde, Neemias veio pra construir os muros da cidade
de Jerusalém.
Quando Neemias e outros patriotas judeus retornaram à Jerusalém, a cidade estava em
total ruína. As muralhas tinham sido derrubadas, os portões retirados, os habitantes
estavam sem proteção contra os inimigos. Naquela época, os distúrbios em Jerusalém
eram roubos, assaltos e pilhagens de todo tipo . Os inimigos de Israel possuíam domínio
total sobre Jerusalém devido à apostasia de Israel, e à desobediência a Torá. Devido a
isto, o Eterno suscitou a Neemias, filho de Helquias, para restaurar a cidade de Jerusalém
e o Judaísmo. Ao ver a aflição e a vergonha que o povo de Israel estava sofrendo,
Neemias pôs-se a chorar, permaneceu vários dias desconsolado, jejuou e orou diante do
Eterno, Bendito Seja, confessando os pecados de Israel (Neemias 1:4-11).
Este homem sabia que para haver tal restauração seria necessário haver uma muralha de
verdade, segura e protetora cercando a cidade de Jerusalém. As únicas manifestações
observadas após a chegada de Neemias foram homens e mulheres com picaretas e pás
nas mãos para efetuarem o árduo trabalho de reedificação e restauração das muralhas e
23

portas da cidade. E Neemias conduzia a tudo isto. Esta obra de restauração se iniciou no
momento em que Neemias assumiu o comando desta restauração. O Eterno concedeu a
Neemias uma poderosa capacidade de restauração dos muros e das portas de Jerusalém
a ponto da obra ser concluída em 52 dias. Ele foi o restaurador não só dos muros e das
portas da cidade de Jerusalém, mas das casas, do Templo e das famílias quando os
judeus estavam cativos sob o domínio de Artaxerxes. Em tudo quanto fez teve êxito. Ele
envolveu de forma organizada as famílias judias em seu projeto de restauração.
O Profeta Malaquias já havia profetizado (Malaquias 2:1-9) sobre o que ia acontecer de
terrível caso o povo de Israel continuasse cometendo transgressões. Em Malaquias 3:1, o
Eterno promete que enviará o seu mensageiro para preparar o caminho da futura
restauração que haveria de ocorrer em Jerusalém:
...Hei de enviar Meu mensageiro e ele
há de desobstruir o caminho para Mim; de súbito, então, o Senhor, a quem buscais, virá a
Seu Templo, pois o mensageiro da aliança do Eterno, a quem tanto desejais, estará
chegando! – diz o Eterno dos Exércitos.
Como mencionado anteriormente, a ação de
Malaquias preparou a grande reforma efetuada por Neemias. Tendo em vista os seus
grandes feitos, ele é visto como "Mashiach" de sua geração, conceito do Judaísmo que os
missionários cristãos não conhecem e quando conhecem logicamente omitem.
Portanto,
é de Neemias que se refere Malaquias 3:1, e não a João Batista.
Desta forma, o autor de Mateus transferiu
a missão concretizada por Neemias
para
João Batista ou Iehoshua de Nazaré, distorcendo mais uma vez as Escrituras Hebraicas.
Encerrando este estudo é bom ressaltar um comentário que consta em uma nota marginal
da Bíblia Sagrada – Editora Ave Maria, página 1282. Segundo este comentário, a
passagem de Malaquias 3:1
“se refere à vinda do Mashiach que, tomando posse da
Cidade Santa, põe fim a todos os distúrbios.”
Logo em seguida, a referida nota marginal
convida o leitor a estudar os versículos de Mateus 11:10; Marcos 1:2 e Lucas 7:27. E aqui
aparece novo inconveniente com a distorção missionária do texto de Malaquias pois,
algumas perguntas são inevitáveis: Iehoshua de Nazaré tomou posse da Cidade Santa?
Se ele tomou posse desta cidade, o que fez depois? Estabeleceu algum governo?
Iehoshua de Nazaré colocou fim a algum distúrbio? Após a sua morte cessou algum
distúrbio em Israel ?
Pensemos!
10 - Estudo sobre Mateus Capítulo 12 - Versículo 14 a 70
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Isaias (Ieshaiáhu) Capítulo 42 Versículo 1 a 4
Mateus 12:14-17:
Os fariseus saíram dali e deliberaram sobre os meios de o matar. Jesus soube disso e
afastou-se daquele lugar. Uma grande multidão o seguiu, e ele curou todos os seus
24

doentes. Proibia-lhes formalmente falar disso, para que se cumprisse o anunciado pelo
profeta Isaías: Eis o meu servo a quem escolhi, meu bem amado em quem minha alma
pôs toda a sua afeição. Farei repousar sobre ele o meu Espírito e ele anunciará a justiça
aos pagãos. Ele não disputará, não elevará sua voz; ninguém ouvirá sua voz nas praças
públicas. Não quebrará o caniço rachado, nem apagará a mecha que ainda fumega, até
que faça triunfar a justiça. Em seu nome as nações pagãs porão sua esperança (Is 42:1-
4).
Isaías 42:1-4: - Tradução direto do Hebraico
Eis meu servo a quem Eu Hei de apoiar; Meu eleito, em quem de delicia Minha alma; nele
inculquei Meu espírito para que possa levar justiça a todas as nações [1] Ele não
precisará gritar nem elevar sua voz para que ela seja ouvida nas ruas [3] Não quebrará o
caniço fino, nem extinguirá o pavio trêmulo. Fará com que a justiça seja aplicada
conforme a verdade. [4] Não esmorecerá nem renunciará até conseguir estabelecer
justiça na terra, e por sua
Torá todos ansiarão.
Isaías 42-1-4 - Traduções cristãs.
Eis o meu servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço
repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião. Ele não
grita, nunca eleva a voz, não clama nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, não
extinguirá a mecha que ainda fumega. Anunciará com toda a franqueza a verdadeira
religião; não desanimará, nem desfalecerá, até que tenha estabelecido a verdadeira
religião sobre a terra, e até que as ilhas desejem seus ensinamentos.
O problema na interpretação missionária de Isaías sempre começa na distorção que os
apologistas cristãos insistem em dar ás Escrituras Hebraicas e fazer disso uma
“verdade”.
E todas as traduções cristãs são bem diferentes do original traduzido direto do hebraico,
como pode ser observado logo acima. No entanto o mais grave é que todas as traduções
cristãs omitiram propositadamente
“e por sua Torá todos ansiarão.”
A pergunta obvia é: Por que ?
A resposta é: Para sugerir ao leitor que Isaias fala de Yeshua
Muitos concentram suas pesquisas na expressão meu servo, como aplicação exclusiva a
Iehoshua. Mas diversos personagens bíblicos (Yeshua não é um personagem Bíblico do
Cânon Hebraico) também foram chamados de meu servo, como por exemplo, Abraham,
Moshê, Caleb, Davi, Naamã, o próprio Isaías, Eliacim, Nabucodonosor, rei de Babilônia,
Zorobabel e Jó. Notemos que a expressão meu servo, conforme já discutimos,
também é
atribuída ao próprio povo de Israel, principalmente em Isaias.
25

Isaias é o livro mais utilizado pelo missionários para justificar a
“messiandade”
de Yeshua,
mas é sempre bom lembrar que a Era de Mashiach será feita na verdade, sem
necessidade de malabarismos lingüísticos.
Como disse o profeta Isaias com Mashiach:
O terceiro templo será reconstruído; Yeshua não construiu, até porque na sua época
ainda existia o segundo templo.
Não haverá mais guerras; quantas guerras tivemos em nome de Yeshua?
Todos os judeus serão levados de volta a Israel; em nome de Yeshua os judeus foram
expulsos de Israel .
Todos os mortos ressuscitarão.
E tudo isto numa ÚNICA vinda.
11 - Estudo sobre Mateus Capítulo 13 - Versículo 13 a 15
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Isaias (Ieshaiáhu) Capítulo 6 Versículo 8 a 10
Mateus 13,13-15:
Eis por que lhes falo e m parábolas: para que, vendo, não vejam, e, ouvindo, não ouçam
nem compreendam. Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: Ouvireis
com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, porque o
coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos,
para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração
compreenda; para que não se converta m e eu os sare (Is 6,9s).
Isaías 6:8-10:
Ouvi a voz do Eterno, dizendo: A quem enviarei, quem há de ir por nós? – e eu
exclamei:’Aqui estou. Envia a Mim [9] Ele disse: Vai e fala a este povo:Certamente
escutais, mas não compreendeis; olhais, mas não vos apercebeis.[10] Embota o coração
deste povo, ensurdece seus ouvidos e cerra seus olhos para que, ao enxergar com olhos,
escutar com ouvidos e compreender com coração, não se arrependam e sejam curados.
Esta passagem de
Isaías se refere a ele mesmo no início de sua vocação profética
e
não a Yeshua, como foi transladado pelos missionários.
A fé de Isaias lembra o patriarca Avraham (Gênesis 12:1-4) e contrasta com as
hesitações de Moshê (Êxodo 4,10-12). A pregação do profeta embaterá na
incompreensão de seus ouvintes. O Eterno não deseja esta incompreensão, mas Ele a
utilizará para atingir os objetivos. Esta passagem mostra o pecado do povo israelita e a
26

aproximação do julgamento divino. Devemos também comparar estas passagens de
Isaías com o endurecimento do coração do faraó, conforme Êxodo 4:21 e Êxodo 7:3.
Sempre lembrando que Isaias é o profeta mais distorcido pelos missionários, no entanto
quando Isaias é citado para obter respostas paras as seguintes profecias os missionários
sempre respondem com evasivas. São elas.
Isaias profetizou que o Mashiach (Messias)
Irá reconstruir o terceiro templo;
Levará TODOS os judeus de volta a Israel;
Ressuscitará TODOS os mortos;
Não haverá mais GUERRAS no mundo;
Aqui falamos claramente de profecias claras e contextualizadas (e não encaixes) que são
"tarefas"
messiânicas. Yeshua realizou alguma destas passagens que são realmente
profecias? Não! O que vemos sempre? Uso distorcido das Escrituras.
12 - Estudo sobre Mateus Capítulo 13 - Versículo 34 a 35
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o Salmos (Tehilim) 78:2
Mateus 13:34-35:
Tudo isso disse Jesus à multidão em forma de parábola. De outro modo não lhe falava,
para que se cu mprisse a profecia: Abrirei a boca para ensinar em parábolas; revelarei
coisas ocultas desde a criação (Sal 77:2). Salmo Hb 78:2: Contarei uma parábola e
enunciarei enigmas de tempos que já passaram há muito tempo.
No Salmo Hb 78 Asaf recorda a história antiga da nação israelita para advertir as
gerações futuras contra a repetição da infidelidade. Ele convida o povo de Israel
(versículos 1-11) a recordar as maravilhas operadas pelo Eterno no deserto (versículos de
12-39), a ingratidão deste povo durante o Êxodo (versículos de 40-55) e a sua infidelidade
durante o período dos Juízes (versículos 56-72).
Novamente encontramos uma aplicação fora do contexto, pois os apologistas cristãos
ensinam que esta frase se refere a uma profecia referente a Iehoshua de Nazaré. Ora,
nem mesmo disto o texto trata. A explicação dos versículos 1 e 2 deste salmo é que trata-
se de uma instrução que ensina o povo a viver para o Eterno. Não é, porém, uma
instrução direta.
O desespero em forjar provas “textuais” é tanto que transformam Salmos, que são
orações em
“profecias”.
27

13 - Estudo sobre Mateus Capítulo 16 -
Versículo 21 a 23
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência textos sobre o Msshiach que não existe nos Escritos Hebraicos.
Mateus 16:21-23:
Desde então, Jesus começou a manifestar a seus discípulos que precisava ir a Jerusalém
e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria
morto e ressuscitaria ao terceiro dia. Pedro então começou a interpelá-lo e protestar
nestes termos: Que Deus não permita isto, Senhor! Isto não te acontecerá! Mas Jesus,
voltando-se para ele, disse-lhe: Afasta-te, Satanás! Tu és para mim u m escândalo; teus
pensamentos não são de Deus, mas dos homens!
Em lugar algum dos escritos proféticos está escrito que o Mashiach (Messias) viria
para morrer e que ressuscitaria no terceiro dia
após a sua morte. Ao contrário, na Era
de Mashiach todos os mortos ressuscitarão.
14 - Estudo sobre Mateus Capítulo 17 - Versículo 5
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Isaías Capítulo 42 Versículo 1
Mateus 17:5:
Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-
se ouvir uma voz que dizia: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha
afeição; ouvi-o.
Isaías 42:1:
Eis meu servo a quem Eu hei de apoiar; Meu eleito, em quem se delicia Minha alma; nele
inculquei Meu espírito para que possa levar justiça a todas as nações.
Novamente o capítulo 42 está sendo usado fora do contexto.
Segundo a Torá, D'us declara ter um filho especial cuja missão é trazer Suas bênçãos e
Sua salvação ao mundo inteiro.
Quem é este filho?
28

Não é Yeshua como forçam os missionários. Sim, Yeshua é mais um dos filhos de D'us
como é você e eu.
Muitos líderes religiosos opinam sobre a identidade de Seu filho, mas na verdade
devemos buscar a "opinião" de D'us sobre este assunto.
Em Shemot, D'us claramente proclama Seu filho ao mundo: "E dirás ao faraó: Assim diz o
Eterno:” Israel é meu filho, meu primogênito.
"Israel" é o povo judeu – todos eles. Até porque todos somos filhos de D’us. O povo judeu
foi escolhido por D'us para ser , conforme as palavras da Torá, "um reino de sacerdotes e
um povo santo" para todo o mundo (Shemot 19:6).
Todos os povos são filhos de D'us, naturalmente, mas os judeus são como um
"primogênito
", que traz a palavra de D'us aos irmãos mais jovens. Cada pessoa que ajuda
a cumprir este papel especial, torna-se uma parte do reino de D'us.
15 - Estudo sobre Mateus Capítulo 17 - Versículo 21 a 22
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
utiliza referência que não existe nas Escrituras Hebraicas
Mateus 17:21-22:
Enquanto caminhava pela Galiléia, Jesus lhes disse: O Filho do home m deve ser
entregue nas mãos dos homens. Mata-lo-ão, mas ao terceiro dia ressuscitará. E eles
ficaram profundamente aflitos.
Esta passagem é quase que idêntica a de Mateus 16:21-23, já analisada aqui por nós, do
mesmo modo, não é citada nenhuma passagem dos livros proféticos que contenha esta
profecia onde diga que o Maahiach (Messias) ressuscitará ao terceiro dia.
16 - Estudo de Mateus Capítulo – Versículos 24 a 28 sem
referência aos livros proféticos
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
utiliza referência que não existe nas Escrituras Hebraicas
Mateus 20:24-28:
Os dez outros, que haviam ouvido tudo, indignaram-se contra os dois irmãos. Jesus,
porém, os chamou e lhes disse: ?Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que
os grandes as governam com au toridade. Não seja assim entre vós. Todo aquele que
quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo. E o que quiser tornar-se entre vós
29

o primeiro, se faça vosso escravo. Assim como o Filho do homem veio, não para ser
servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão.
O estudo desta passagem é idêntico ao realizado para Mateus 16:21-23, no Estudo de
Mateus 17:21-22 e no Estudo de Mateus 20:17-19, ou seja,
onde diz nas Escrituras
Hebraicas que o Mashiach deverá morrer e ressuscitar ao terceiro dia ?
17 - Estudo sobre Mateus Capítulo 21 - Versículo 1 a 5
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o profeta Zacarias (Zechariá) Capítulo 9 Versículo 9
Mateus 21:1-5:
Aproximavam-se de Jerusalém. Quando chegaram a Betfagé, perto do monte das
Oliveiras, Yeshua enviou dois de seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia, que está
defronte. Encontrareis logo uma jumenta amarrada e com ela seu jumentinho.
Desamarrai-os, e trazei-mos. Se alguém vos disser qualquer coisa, respondei-lhe que o
Senhor necessita deles e que ele sem demora os devolverá. Assim, neste acontecimento,
cumpria-se o oráculo do profeta: Dizei-lhe à filha de Sião: Eis que teu rei vem a ti, cheio
de doçura, montado numa jumenta, num jumentinho, filho da que leva o jugo (Zac 9:9).
Zacarias 9:9:
Rejubila-te com todo teu ser, ó filha de Tsion! Clama com alegria, ó filha de Jerusalém!
Eis que para ti se encaminha teu justo rei, triunfante por suas vitórias, mas ao mesmo
tempo comportando-se com humildade, cavalgando um filhote de jumento.
Se estivesse falando de Yeshua aparecia imediatamente um grande inconveniente pois
ela fala de
Rei no sentido literal
, e pelas histórias que temos conhecimento Yeshua
nunca foi Rei. Mesmo que o considerássemos
“rei”
conforme descreve a Brit Cadashá
(Novo Testamento) um novo inconveniente apareceria. Foi rei de qual império, cidade-
estado, país, nação ou etc?
Mas o judeu que não deseja ser enganado não pode e nem deve ler o versículo 9 do
capítulo 9 isoladamente, como fazem os missionários, deve prosseguir na leitura através
do versículo 10.
Neste caso em especifico é necessário ter um pouquinho de conhecimento da História,
não muito, só para entender
que na
seqüência
o versículo 10 irá dizer sobre quem
realmente se refere esta passagem
, vejamos:
Zacarias 9:10
Destruirei qualquer carruagem de guerra de Efráim, e eliminarei todo cavalo de combate
de Jerusalém; será destruído o arco de batalha, e ele falará somente de paz ás nações.
Seu domínio se estenderá de um mar a outro, e desde o rio até os confins da terra.
Mas, quem é este guerreiro que destruirá os carros de guerra? Com certeza sabemos que
não foi Yeshua, até porque o tempo histórico é muito anterior a ele
.
30

A resposta é, Alexandre Magno, o Grande.
Nesta época, ele marcha pela Síria, depois pela Fenícia, e finalmente pela Filistia. Assim,
pelos acontecimentos, não se trata de profecia muito e menos a respeito de Ieshua.
O amigo judeu pode perceber ao longo destes estudos que é uma prática constante dos
missionários e dos autores da Brit Cadashá (NovoTestamento) pegar partes isoladas de
um versículo e dar-lhes a aplicabilidade desejada. Só para lembrar, qualquer texto das
Escrituras Hebraicas aplicados fora do seu real contexto é fraude pois, a Era de Mashiach
será estabelecida na VERDADE!
18 - Estudo sobre Mateus Capítulo 21 - Versículo 42 a 46
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o Salmo 118:22 e 23
Mateus 21:42-46:
Yeshua acrescentou: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra rejeitada pelos construtores
tornou-se a pedra angular; isto é obra do Senhor, e é admirável aos nossos olhos (Sal
117:22) Por isso vos digo: ser-vos-á tirado o Reino de Deus, e será dado a um povo que
produzirá os frutos dele. [Aquele que tropeçar nesta pedra, far-se-á em pedaços; e aquele
sobre quem ela cair será esmagado.] Ouvindo isto, os príncipes dos sacerdotes e os
fariseus compreenderam que era deles que Jesus falava. E procuravam prendê-lo; mas
temeram o povo, que o tinha por um profeta.
Salmo Hb 118:22-23:
A pedra, inicialmente rejeitada pelos edificadores, veio tornar-se a pedra angular, [23] pois
assim o determinou o Eterno. Maravilhoso isto é para nós!
Primeiramente é importante o amigo judeu saber que este Salmo não é uma profecia a
respeito de Yeshua como diz os missionários cristãos, é antes de tudo uma oração que
deve ser recitada em caso de doenças graves e no 24° dia de todo mês.
Neste caso a pedra significa o próprio povo israelita que foi rejeitado pelos
conquistadores, pelos construtores de impérios, assim como foi o caso do Império
Romano que, após o ano de 476 d.e.c. transformou-se na Igreja Católica Apostólica
Romana, um grande império e também rejeitou a pedra angular. Mas esta pedra (Israel)
foi escolhida pelo Eterno, Bendito Seja, para ser pedra angular, a luz do mundo, a pedra
que trará a Era de Mashiach.
O salmista, nestes versículos, intitula Israel como o próprio Mashiach, que, em sentido
mais amplo, afirma ser a pedra angular. A pedra angular, portanto, é o povo de Israel.
Podemos ainda acrescentar, para esclarecer esta questão, que este salmo trata de um
canto solene de ação de graças, recitado alternadamente por um solista, durante uma
procissão ao templo para comemorar festivamente o dia da vitória do Eterno sobre os
inimigos de seu povo, libertado de um grande perigo nacional.
31

Chegando à porta do santuário, a comitiva pede entrada, só permitida aos justos, cujas
vidas põem às exigências da Torá. O motivo da exultação dos fiéis no Templo é o amor
do Eterno, manifestado na eleição de Israel dentre todos os povos, para ser pedra angular
para a salvação da humanidade.
Como sabemos, os construtores de impérios da história da humanidade sempre excluíram
o povo judeu dos ofícios, das posições, cargos sociais, da política internacional etc,
através de perseguições, conversões forçadas, das Cruzadas, Inquisições, pogroms e,
finalmente, através do Holocausto. Mesmo assim, Israel, um povo tão pequeno em
número, ainda continua praticando os mandamentos da Torá e ainda ocupa lugar central
na vida espiritual dos povos, por ser a chave do processo de estabelecer o Reino do
Eterno na terra.
Novamente o que vimos? O uso distorcido de uma Escritura. O autor de Mateus muito
provável conhecia este Salmo já que estas orações são conhecidas até pelo judeu menos
religioso, selecionou - como fazem sempre - um versículo e o transformou uma oração em
uma profecia a respeito de Yeshua.
19 - Estudo sobre Mateus Capítulo 26 - Versículo 20 a 25
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
utiliza referência que não existe nas Escrituras Hebraicas
Mateus 26:20-25:
Ao declinar da tarde, pôs-se Yeshua à mesa com os doze discípulos. Durante a ceia,
disse: Em verdade vos digo: um de vós me há de trair. Com profunda aflição, cada um
começou a perguntar: Sou eu, Senhor? Respondeu ele:Aquele que pôs comigo a mão no
prato, esse me trairá. O Filho do homem vai, como está escrito. Mas ai daquele homem
por quem o Filho do home m é traído! Seria melhor para esse homem que jamais tivesse
nascido!? Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: Mestre, serei eu? Sim?, disse
Yeshua.
Em
nenhum lugar das Escrituras Hebraicas
está determinado ou escrito que o
Mashiach será traído. Ao contrário, na Era de Mashiach estes sentimentos pequenos que
afastam o homem de D’us serão extintos pois não haverá vontade de fazer o mal.
Esta passagem é idêntica ao do estudo anterior, Mateus 16:21-23.
20 - Estudo sobre Mateus Capítulo 26 - Versículo 30 a 35
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência Zacarias (Zecharyah) Capítulo 13 Versículo 7
32

Mateus 26:30-35:
Depois do canto dos salmos, dirigiram-se eles para o monte das Oliveiras. Disse-lhes
então Yeshua: Esta noite serei para todos vós uma ocasião de queda; porque está
escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho serão dispersadas (Zac 13:7). Mas
depois da minha Ressurreição, eu vos precederei na Galiléia. Pedro interveio: Mesmo que
seja para todos uma ocasião de queda, para mim jamais o serás. Disse-lhes Jesus: Em
verdade te digo: nesta noite mesma, antes que o galo cante, três vezes me negarás.
Respondeu-lhe Pedro: Mesmo que seja necessário morrer contigo, jamais te negarei! E
todos os outros discípulos diziam-lhe o mesmo.
Zacarias 13:7:
Desperta, ó espada, contra Meu pastor e contra os que deveriam estar próximos a Mim –
diz o Eterno dos Exércitos – Fere o pastor, e as ovelhas se espalharão, e voltarei Minha
mão contra estes desqualificados.
A explicação para este versículo do Profeta Zacarias só pode ser entend ida com o estudo
dos versículos Zacarias 12:9-10:
Zacarias 12:9-10:
[9]Naquele dia, tratarei de destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém [10] e
derramarei sobre a Casa de Davi e sobre os moradores de Jerusalém o espírito da graça
e das súplicas, olharão para Mim por causa daqueles que foram traspassados e gemerão
como se fosse pela morte de seu filho único, e sofrerão como quem sofre por seu
primogênito.
O primeiro ato exigido para a reunificação do povo de Israel é reconhecer o Eterno como
o único e absoluto Criador, que está identificado na expressão

voltarão para Mim”
. Em
seguida, o povo israelita deverá reconhecer os pecados da idolatria cometidos. O termo
traspassaram significa o próprio povo judeu que, devido aos seus pecados, sempre sofreu
a punição do exílio.
O processo de purificação não é só simplesmente um ato, mas é uma atitude, um
processo contínuo, que exige sempre um retorno da própria vida no Eterno, fonte de todo
o bem. O processo é doloroso, processo representado pela palavra espada, como
identificado em Zacarias 13:7, e pela palavra fogo, como identificado em Zacarias 13:9. A
palavra espada significa que os judeus deixaram de ter um rei, um pastor após a
destruição da cidade de Jerusalém, e o povo mais pobre, sem apoio, se dispersou pelo
país. A palavra fogo significa o exílio na Babilônia, onde foi testada a fidelidade de Israel
ao Eterno e a Torá.
O assunto trata do povo de Israel
, e não de uma pessoa específica,
e, portanto, sua aplicação a Iehoshua de Nazaré é dar ao versículo uma aplicação que ele
não tem.
21 - Estudo sobre Mateus Capítulo 26 - Versículo 55 a 56
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
utiliza referência que não existe nas Escrituras Hebraicas
33

Mateus 26:55-56:
Depois, voltando-se para a turba, falou: Saístes armados de espadas e porretes para
prender-me, como se eu fosse um malfeitor. Entretanto, todos os dias estava eu sentado
entre vós ensinando no templo e não me prendestes. Mas tudo isto aconteceu por que era
necessário que se cumprissem os oráculos dos profetas. Então os discípulos o
abandonaram e fugira m.
O autor de Mateus não informa em que livro das Escrituras Hebraicas encontra-se esta
"profecia"
.
22 - Estudo sobre Mateus Capítulo 27 - Versículo 1 a 10
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
utiliza referência que não existe em Jeremias.
Mateus 27:1-10:
Chegando a manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo reuniram-se
em conselho para entregar Jesus à morte. Ligaram-no e o levaram ao governador Pilatos.
Judas, o traidor, vendo-o então condenado, tomado de remorsos, foi devolver aos
príncipes dos sacerdotes e aos anciãos as trinta moedas de prata, dizendo-lhes: Pequei,
entregando o sangue de um justo. Responderam-lhe: Que nos importa? Isto é lá contigo!
Ele jogou então no templo as moedas de prata, saiu e foi enforcar-se. Os príncipes dos
sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram: Não é permitido lançá-lo no tesouro sagrado,
porque se trata de preço de sangue. Depois de haverem deliberado, compraram com
aquela soma o campo do Oleiro, para que ali se fizesse um cemitério de estrangeiros.
Esta é a razão porque aquele terreno é chamado, ainda hoje, Campo de Sangue.
Assim
se cumpriu a profecia do profeta Jeremias:
Eles receberam trinta moedas de prata,
preço daquele cujo valor foi estimado pelos filhos de Israel; e dera m-no pelo campo do
Oleiro, como o Senhor me havia prescrito.
Novamente o autor de Mateus na Brit Cadashá inventa
uma
"profecia"
que não existe
no livro do Profeta Jeremias
sempre contando com a falta de informação dos judeus
abordados.
Na verdade os autores da Brit Cadashá erraram na citação do livro que deveriam escolher
para encaixar uma suposta
"profecia"
. A passagem que o autor de Mateus usa na
verdade, encontra-se em outro livro das Escrituras Hebraicas. Algumas edições modernas
da Brit Cadashá,
cientes deste erro gravíssimo
, visto que alegam ser seu livro de
inspiração divina, tem omitido propositalmente a expressão
“Assim se cumpriu a profecia
do profeta Jeremias”
Que fique claro ao amigo leitor, não existe a
“profecia”
indicada em Jeremias. Se a
passagem está em outro profeta – como sabemos invibializa de qualquer forma a

credibilidade da obra e deixa claro ás más intenções dos autores da Brit Cadashá em
forçar interpretações contando com a falta de informação do amigo judeu.
23 - Estudo sobre Mateus Capítulo 27 - Versículo 35
O autor de Mateus para dar veracidade ao seu texto na Brit Cadashá (Novo Testamento)
cita como referência o Salmo 22:19
Mateus 27:35:
Depois de o haverem crucificado, dividiram suas vestes entre si, tirando à sorte. Cumpriu-
se assim a profecia do profeta: Repartiram entre si minhas vestes e sobre meu manto
lançaram à sorte (Sal 21:19). Repartem entre si as minhas vestes, e lançam sorte sobre a
minha túnica.
Salmo Hb 22:19:
Minhas roupas entre si repartem, minhas vestimentas sorteiam.
A título de curiosidade, informamos que este trecho na citação de Mateus não consta em
algumas Bíblias. O Salmo Hb 22, cujo autor é Davi, é uma das expressões mais
profundas do sofrimento, nas orações bíblicas. É composto de duas partes: lamentação
individual (Versículos 2-22) e cântico de ação de graças (Versículos 23-31). O salmista,
abandonado e solitário em sua dor e privado da presença divina, apela ao Eterno, Bendito
Seja, lembrando-Lhe as promessas relativas aos justos. Depois de relatar seus
sofrimentos morais e espirituais, alude, em sucessão trágica, às dores físicas, aos
tormentos corporais e ao terror da morte. Do extremo da dor passa à certeza da
esperança, onde a salvação está assegurada e já está próxima, tanto assim que já pode
convidar a comunidade dos fiéis a unir-se a ele no louvor ao Altíssimo, cujo desígnio de
salvação se estende ao mundo inteiro e às gerações futuras.
Este Salmo é uma oração, é Davi falando dele mesmo,
lamentando sua própria sorte
,
não sendo, portanto uma profecia, mas é originária de um fato histórico.
Mais uma vez, concluímos que o autor de Mateus na Brit Cadashá, na sua busca
desesperada para encaixar Yeshua deturpou o real significado de um texto da Escrituras.
Devemos ressaltar também que, segundo Mateus 27:45 e Marcos 15:34, Iehoshua cita
este salmo dizendo: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Resta saber se são
realmente palavras pronunciadas por ele ou se colocaram em sua boca, já que neste
estudo sobre Mateus percebemos a nítida preocupação e grande esforço em identificar
Iehoshua de Nazaré como o Mashiach através de profecias inventadas, por meio de
citações que não existem nas Escrituras Hebraicas, distorção de versículos,
transformação de Salmos Orações em profecias etc.
Era Mashiach vai ser o tempo da verdade, da paz, um mundo bem diferente deste que
temos hoje. Não fique dando voltas por aí, pratique Tora e apaixone-se pelo Judaísmo!

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